BRUXAS DA ALEGRIA,DO
AMOR E DA PAZ
Portas fechadas
Suaves batidas
Sorrisos marotos
Brincadeiras ingênuas
Doces crianças
Inocentes pedidos
Em tempos difíceis.
Tomara fossem as
traquinagens
O temor de nossos
dias
Tão cheios de
horrores
Que nos faz pedir :
-Venham bruxinhas
Com amor e inocência
Nossas vidas alegrar
E com seus sorrisos
de criança
Sonhos renovar
E muito amor semear.
Isabel Cristina Silva
Vargas
Pelotas/RS 25.10.2011
Evento promovido pela Academia Sala dos Poetas e Escritores
-Efigênia Coutinho-
MEU VÍCIO
“A virtude é quando se
tem a dor seguida do prazer; o vício é quando se tem o prazer seguido da dor” Margaret
Mead
Sua origem
está na palavra latina vitium que significa falha ou defeito.
Os vícios, em geral, são
ligados aos pecados, às coisas danosas. Por isso é comum ao pensar em vício, as
pessoas se reportarem às condutas socialmente reprováveis e hoje até proibidas
por lei em função do local, da
atividade, da idade, como o cigarro e o álcool.
Há quem de imediato possa mencionar a
gula, o vício por doces, chocolates.
Interessante é a colocação da autora supra
indicada na epígrafe que relaciona vício, virtude, dor e prazer, mostrando que
assim como no amor e no ódio os antagônicos se atraem.
Isto
me deixa mais à vontade para falar de meu vício: ESCREVER
E
é um vício antigo. Começou lá na adolescência com os diários, passou para as cartas,
depois pelos textos profissionais que publicava na imprensa, pelas crônicas,
contos, poemas. Enfim, um colar de miçangas parafraseando Mia Couto. Se antes
escrevia por puro deleite, sem me atrever a mostrar a alguém, depois que
comecei a mostrar o que não me revelava interiormente (só o profissional), passei
para o inevitável, para aquilo que revelava minha opinião (crônica). Ousadamente
passei para os pequenos contos. Tudo até então relacionado ao prazer, não
saberia explicar se por virtude ou vício. A última fase deste entremeado de
linhas, essa sim é de pura dor. E o escrever, dolorido, sangrado em cada letra
é meu processo de catarse na tentativa desesperada de permanecer viva, de não
perder a sanidade e elaborar a dor pela perda de meu filho amado. Deduzo, então
, baseada na definição acima que meu ato de escrever é de puro vício, embora
não danoso, não prejudicial, mas sim como um último e desesperado recurso de
sobrevivência, de me manter ligada ao meu amor que se foi , à mim mesma,
tentando me reencontrar e me relacionar com as pessoas, fugindo do desespero e
da solidão.
METALINGUAGEM
Escrever é exteriorizar
a vida
Que não cabe nos limites da alma.
É virar do avesso
Mostrar as costuras,emendas
Remendos e imperfeições
Que são invisíveis
Devido aos
acessórios externos.
Publicado na Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores
Livro de Visitas
Data:2011.10.20
Marcadores: publicação avspe