TRANSFORMAÇÃO
...sou parte de toda humanidade. Vou morrer, mas também vou continuar vivo. De alguma outra forma? Quem sabe ? Mas acredito que faço parte de um todo maior.
Morrie Schwartz
O ano começou. Para muitas pessoas de maneira calma, tranqüila, sem novidades ou atropelos. Para outras ,cheio de expectativas de mudança, planos de conquistas a serem buscadas no decorrer dos meses.
Há quem tenha tido mudanças significativas, inesperadas e ruins, suficientes para causarem impacto emocional e afetivo e que por isto só serão absorvidas ao longo do tempo, uma vez que são perdas profundas.
As surpresas boas, positivas são muito mais facilmente assimiláveis.
É necessário reaprender a viver. Certas perdas reafirmam a nossa transitoriedade e a nossa condição de aprendizes. Demonstra a inutilidade de tudo aquilo que é supérfluo, pomposo, denotativo de status, de aparências. Nada disso tem significação com relação ao que é essencial e eterno.
Não importa a beleza do olho, mas o tipo de olhar que cada um tem para com a vida e com aqueles que lhe são caros. Não tem sentido uma mão cheia de jóias se não servir para afagar o rosto de um filho, de um neto ou de qualquer outra pessoa que seja objeto de um sentimento mais profundo. De nada serve o conhecimento se não for utilizado para o bem, para crescimento espiritual ou promoção de bem estar para o ser humano.
Alguma coisa material que se perca pode ser substituída, reposta até em melhores condições. Ás vezes é a oportunidade de se perceber que nem era verdadeiramente importante ou necessária e sim mais um entulho para preencher espaços , nos preocuparmos ou atrapalhar no dia a dia.
Mas com gente é diferente,como já dizia o poeta. Eles partem e levam muito de nós, ao mesmo tempo em que ficamos com muito de cada um, quer na aparência externa, como na parte espiritual. Não é necessário nem olharmos uma foto para nos lembrarmos de seu sorriso, da maneira de falar, do que pensavam, de suas manias, do temperamento, das preferências,dos gestos que muitas vezes são reconhecidos em cada um dos que ficaram.
Não é necessário ter pressa nem ficarmos ansiosos. A dor cede lugar à saudade e a aceitação.
Não é porque o sol ou as estrelas estão encobertos que eles não existem. Alguém pode não estar mais visível ou materializado ,mas estar muito presente em nossa vida.
Tudo é uma questão de fé.
Data:2008.01.15
Marcadores: publicação Diário da Manhã