Pessoas Especiais
Às vezes achamos que pessoas especiais são aquelas que fizeram algo grandioso na vida.
Mas aos poucos percebemos que pessoas especiais são aquelas que fazem coisas muito simples mas com um sentimento fenomenal.
Assim não era pra me surpreender que sendo uma pessoa especial como foi meu irmão, que convivessem com eles pessoas igualmente especiais.
Ele possuía amigos que considerava verdadeiros irmãos.
Amigos que cresceram com ele. Amigos que se aproximaram ao longo da jornada.
Mas todos, independentemente do tempo de convívio, amigos.
Assim, desde a partida desse anjo, temos recebido quase que diariamente o carinho daqueles que gostavam dele.
Desde a madrugada que parecia interminável, até o dia de hoje.
E, especialmente no final de semana, em um dia de muito sol, quando naturalmente as pessoas saem pra aproveitar o dia, aproveitar a vida, recebemos uma visita.
Alguns dos melhores amigos do Roberto, que ali já se somaram 5.
Não foram nem minutos, o que já nos traria imensa alegria.
Mas horas...
Horas de companhia, horas de recordações de alegrias, horas de amizade e carinho, horas sabendo uns dos outros (como estavam, o que estavam fazendo...), momentos de tristeza e dor, em que o sentimento de saudade conservado, tenho certeza de que no coração de todos, suplantou nossas forças.
Pessoas especiais, porque foram partilhar conosco um pouquinho do Roberto que existe dentro deles, e tomar um pouquinho do nosso Roberto que está dentro de nós. Tentando cuidar um pouco da ferida e dispostos a de alguma forma ajudar a acomodar o sentimento que existe dentro de nós.
O amor que todos nós sentimos por ele, não nos permite terminar essa amizade, cortar esse laço visivelmente familiar que se originou com a vida e o sentimento,que sempre soubemos que era recíproco, do Roberto pelos seus verdadeiros amigos .
Assim o Roberto nos deixou, para que pudessem nos consolar e para compartilhar a alegria de suas vitórias, uns quantos amigos-irmãos, pais de seus amigos-irmãos, irmãos de seus amigos-irmãos, que hoje se preocupam conosco e tomamos como uma verdadeira família. Pois esses “pequenos” gestos revelam o amor dessas pessoas muito especiais, que só podemos querer mais perto.
A ausência física do Roberto, com certeza é muito sentida, mas quando nos unimos temos a certeza de que ele não se afastou de nós, só abandonou um corpo..., pois sentimos constantemente que ele vive bem mais perto do que podemos imaginar.
Márcia Silva Vargas