AO PADRE COM CARINHO
Agosto é o mês das vocações. O primeiro domingo é dedicado a comemoração do Dia do Padre.
Ao lembrar desta figura humana que podemos considerar como o primeiro comunicador, primeiro psicólogo pois pelo dom da palavra conquistaram os seguidores, evangelizaram e pela confiança ouviram as angústias pessoais e orientaram aqueles que os buscavam, não posso deixar de lembrar de minha época de criança, quando aos domingos, aquele a quem chamavam de Monsenhor, passava na casa de meu avô paterno, na Rua Senador Mendonça, vestido com sua batina negra e chapéu redondo , momento em que as crianças eram chamadas para beijar-lhe a mão e receber santinho.
Recordo do Bispo D. Antônio presença frequente nas reuniões de professores no Anfiteatro do Colégio Diocesano, das missas celebradas por ele, das famosas celebrações de Coroação de Nossa Senhora.
Nesta singela homenagem incluo Padre João Záttera que celebrou meu casamento.
Não poderia deixar de citar Padre Thomé, figura ímpar na sua missão, na sua humildade e, sobretudo, na sua verdadeira peregrinação. Andava pela cidade inteira, com sua mala onde carregava entre outras coisas santinho e água benta. Lembro que visitou meu apartamento e o abençoou , quando casei, e posteriormente, quando mudei para mais longe,o recebi, novamente, em minha casa. Batia de porta em porta, levando a palavra de Deus. Recordo de insistir para que comesse algo, tomasse um café , o que não aceitou, pois carregava consigo um lanche para a hora de se alimentar. E o fazia na rua mesmo, sentado à beira da calçada, como presenciei.
Incluo com grande afeto nosso querido amigo Padre Jaime Souto que nos abençoou na missa quando comemoramos 30 anos de casados em 2007 e nos deu o prazer de sua companhia em uma janta simples em família. E, agora, então, a cada domingo quando o encontro, sempre tem um abraço amigo e uma palavra de conforto, para amenizar a dor de todos nós.
A ele, minha admiração pela maneira como catequiza as crianças. Tenho a certeza que podem passar muitos anos e as crianças lembrarão da maneira como ele lhes fala explicando o evangelho com palavras à altura de sua compreensão.
Creio que este texto está sendo feito, como um pedido de desculpas, pois pretendia cumprimentá-lo pessoalmente na missa dominical, que por motivo pessoal acabei não indo.
Não posso deixar de citar, como uma grande figura sacerdotal, Padre Florêncio Lunelli que fez uma respeitosa amizade com meu marido, na época em que ele era funcionário do INSS, e passou a vigorar a lei que permitiu a aposentadoria aos sacerdotes.
Reitero meu reconhecimento ao Padre Boari a quem considero um aglutinador. Com seu carisma, sua palavra forte, segura, e ao mesmo tempo o seu carinho com cada um dos fiéis que adentram na catedral e sua maneira receptiva, tenho certeza leva as pessoas a desejarem partilhar cada vez mais de seus ensinamentos .
Por fim desejo fazer aqui meu mais profundo reconhecimento, agradecimento e louvor a uma pessoa por quem nutrimos um profundo amor e respeito, nosso querido Padre Alberto com sua vida dedicada ao Colégio Gonzaga. Desde que nossa filha mais velha entrou no Gonzaga, até os dias de hoje, ele é parte da família Gonzagueana. Todos os meus filhos passaram por seus ensinamentos. Devo a ele, com certeza , por tudo que passou, com seus ensinamentos e seu exemplo de vida, fé e resistência, a fé inabalável de minha filha, que foi por vários anos catequista do Colégio Gonzaga e depois na Comunidade Jesus de Nazaré,
Acompanhou milhares de jovens. Amigo das crianças, adolescentes, da família, enfim, um fervoroso incentivador do desenvolvimento do ser humano. Tivemos sua companhia constante na Apamegon, no Coral, nas inúmeras vezes que o levava em casa, no Seminário e depois na residência da Família Pepe que o adotou como um filho.
Fiquei muito comovida ao vê-lo no altar, na missa de 30 dias de falecimento de meu filho. Meu desejo era abraçá-lo, chorar em seu ombro e beijar suas mãos em agradecimento por tudo que passou de bom na formação de meus filhos.. Não pude fazê-lo em atenção às pessoas que foram nos levar seu carinho e por sua saúde não permitir que ali se demorasse. Minha filha ainda salientou que, justamente em atenção a ele, sua saúde e sua idade, não o deveria expor às minhas fortes emoções.
Neste simples texto, reitero meu carinho, meu agradecimento e meu respeito pela vocação de todos e pelo modo como levam a palavra de Jesus.
O sucesso de sua missão é possível perceber em cada gesto das pessoas.
Neste momento em que escrevo, próximo ao almoço, o telefone toca. È minha filha. Assunto? Só para dizer que me ama. Lembrou do Roberto que não conseguiu chegar em casa e portanto, não conseguiu me dizer mais uma vez isto. Guardo em meu telefone, nas conversas no computador, nos cartões e em minhas lembranças as dezenas, as incontáveis vezes que ele dizia. Te amo muito, Te amo demais.
Só posso encerrar agradecendo a Deus pela minha família, pelas pessoas maravilhosas que são meus filhos e aqueles que ao longo dos anos passaram por suas vidas, transmitindo-lhes a Palavra de Deus.
Publicado no DIário da Manhã-Pelotas-RS
Data:2010.08.14