A BELEZA DE CADA ESTAÇÃO
Recebi uma mensagem que falava a respeito de um homem que desejava que seus filhos aprendessem a não julgar os acontecimentos de forma apressada. Então, ele mandou que os quatro filhos fossem observar uma pereira plantada em um local distante. Mandou cada um deles em uma estação diferente. Ao relatar o que viram as informações foram desencontradas. Um disse que a árvore era feia, torta e retorcida, o outro que ela era recoberta de botões verdes, cheia de esperança. O terceiro disse que ela estava recoberta de flores, com um cheiro tão doce e perfumado que ele até arriscaria dizer que era a coisa mais bela que tinha visto. O último vira uma árvore carregada e arqueada de frutas, de vida e de promessas.
O homem então explicou que todos estavam certos, porque cada um tinha visto apenas uma estação na vida da árvore. A sua conclusão é que não se pode julgar
uma árvore ou uma pessoa por apenas uma estação. A essência de cada um e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida só pode ser avaliada no final, quando todas as estações estão completas.
O propósito de contar tal história é para que levemos em conta que a beleza existe em cada estação, temos é que ter sensibilidade suficiente para percebê-la nas pequenas coisas.
Estamos na primavera e tão importante quanto esta bela estação que faz desabrochar as flores,o sol brilhar com mais intensidade e a vida parecer mais bela,é cultivarmos esta beleza e este milagre em nossos corações, no dia a dia,valorizando cada um dos dons que recebemos gratuitamente e que temos o dever de multiplicar para melhor dividir com nosso semelhante.
O fato de estarmos celebrando a primavera é uma mostra de que na realidade estamos celebrando a vida ,a alegria,a amizade,sentimentos que devem ser cultivados em qualquer época de nossas vidas.
É uma prova de que não nos deixamos perturbar,nem amedrontar com o avanço da idade, porque mais importante que o número de anos vividos , é a maneira como os vivemos, não como quem carrega um pesado fardo, mas como quem carrega algo precioso,que nos foi dado com amor, e que por isso mesmo é capaz de nos fazer valorizar o azul do céu, o brilho das estrelas,o vôo de um pássaro, o sorriso de um amigo, a inocência do olhar de uma criança.
É importante compreender que o fato de comemorarmos a primavera, é importante porque demonstra que a idade não nos faz perder a sensibilidade, não nos tolhe de olhar para o mundo com olhos de eternos aprendizes, que festejamos uma estação , que na realidade está em nossos corações, porque o mundo tem as cores com que nossos olhos o vêem.
Assim, devemos agradecer a Deus, pela vida, pela alegria, pelo companheirismo, pela amizade e pela possibilidade de renovação, de transmutação que nos é oferecido a cada dia e a cada estação do ano e de nosso ciclo vital.
Publicado no Diário da Manhã-Pelotas-RS
Data:2006.10.19
Publicado no site: http://rabiscos.terra.com.br/
Data:2007.06.27
Publicado no site: http://recantodasletras.uol.com.br/
Data:2007.07.24
Publicado no site: http://www.blogger.com/www.usinadaspalavras.com
Data:2007.08.10
Publicado no site:http://icsvargas.bloguepessoal.com/
Data:2008.02.15
Publicado no site:http://www.textolivre.com.br/
Data:2008.02.27
Mensagem de abertura da Festa de Primavera do Grupo Voltando à Sala de Aula-Ucpel em 22.09.2009
Publicado no site:http://www.dominiocultural.com/
Data:2010.01.26
Publicado no site:http://www.webartigos.com/
Data:2010.01.26
Publicado no site:http://www.paralerepensar.com/
Data:2010.01.26
Publicação adapatada com citação da fonte mas sem autorização para realizar tal adaptação.
http://www.milleniumvestibulares.com.br/uploads/255aula12.02.10.pdf
Publicado no site:
http://www.varaldobrasil.ch/23201/128701.html
Texto adaptado:
A beleza de cada estação
Nessa vida de cronista, sempre recebemos muitas mensagens das mais variadas formas, principalmente
através da providencial internet. O que verdadeiramente interessa é que recebi recentemente uma mensagem que
falava a respeito de um homem que desejava que seus filhos aprendessem a não julgar os acontecimentos de forma
apressada. Então, ele mandou que os quatro filhos fossem observar uma pereira plantada em um local distante.
Mandou cada um deles em uma estação diferente. Ao relatar o que viram as informações foram desencontradas. Um
disse que a árvore era feia, torta e retorcida, o outro que ela era recoberta de botões verdes, cheia de esperança. O
terceiro disse que ela estava recoberta de flores, com um cheiro tão doce e perfumado que ele até arriscaria dizer que
era a coisa mais bela que tinha visto. O último vira uma árvore carregada e arqueada de frutas, de vida e de
promessas.
O homem então explicou que todos estavam certos, porque cada um tinha visto apenas uma estação na vida
da árvore. A sua conclusão é que não se pode julgar uma árvore ou uma pessoa por apenas uma estação. A essência
de cada um e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida só podem ser avaliados no final, quando todas as
estações estão completas.
Quão diferente é esse homem daquele alfaiate indisposto a que Millôr Fernandes sempre se refere, o alfaiate
que tira as medidas de um freguês uma vez e acha que nunca mais terá que atualizá-las porque o corpo daquele que
o procura será inapelavelmente sempre o mesmo. Quanta ilusão! E que perigoso é esse senhor Sempre!
Assim, o meu propósito ao contar a história do homem e de seus quatro filhos é para que levemos em conta que a
beleza parece existir em cada estação. Temos, contudo, que limpar os olhos e ter sensibilidade suficiente para
perceber o belo nas pequenas coisas, naquelas com que deparamos na esquina, no quintal, na rua não tão
interessante quanto gostaríamos que fosse.
Seu Antônio, que mora no apartamento vizinho ao meu, deve ter uns 68 anos. Não é tão velho assim, mas se
comporta como se estivesse com seu próprio velório marcado para o dia seguinte. Diz, no pouco que conversa,
quando nos encontramos no elevador – eu indo para o trabalho e ele levar a netinha para a escola a dois quarteirões
– que a vida só tem algum colorido na fase em que a garotinha se encontra. O resto é só consumação, é só
esgotamento, é só estupidez. Não digo, mas penso e repenso comigo: se o momento em que a netinha está é tão
bonito na opinião dele, por que não aproveitar a oportunidade e ser mais feliz com ela? O primeiro passo seria
desamarrar a cara e o coração.
Juro que tenho vontade de dizer isso a ele, talvez um dia em que o sol esteja muito radiante às sete da manhã, eu
rompa as grades do receio e o faça. É possível, por um lado, que ele se enfureça e me mande cuidar da minha vida. E
ele não estará totalmente errado. Porém, por outro lado, pode ser que ele se cale simplesmente, fique remoendo as
minhas palavras e, no outro dia, eu o encontre com um sorrisinho no canto da boca e ele me diga bom dia com mais
calor e segure a mãozinha da menina como nunca tinha segurado antes.
Quem sabe se cada outra estação da vida não pode ser um pouco primavera se todos forem capazes de fazer
cada momento de alguma forma florescer? Desse modo, não se deixarão perturbar nem amedrontar com o avanço da
idade. Ela que é hoje a tão indesejada de tantas gentes, para lembrar o velho Machado e o velho Bandeira.
Mais importante que o número de anos vividos é a maneira como eles são vividos. Não aceito os que levam os anos
como se carregassem nos ombros um fardo incarregável. O que não pode ocorrer é perder a sensibilidade. É ela que
nos dá olhos de eternos aprendizes. Afinal o mundo tem a cor e a medida que o nosso olhar aplica a ele.
Isabel C. S. Vargas. (Texto adaptado).
Domínio Cultural
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