quinta-feira, outubro 20, 2011


BRUXAS DA ALEGRIA,DO AMOR E DA PAZ


Portas fechadas
Suaves batidas
Sorrisos marotos
Brincadeiras ingênuas
Doces crianças
Inocentes pedidos
Em tempos difíceis.
Tomara fossem as traquinagens
O temor de nossos dias
Tão cheios de horrores
Que nos faz pedir :
-Venham bruxinhas
Com amor e inocência
Nossas vidas alegrar
E com seus sorrisos de criança
Sonhos renovar
E muito amor  semear.

Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas/RS 25.10.2011



Evento promovido pela Academia Sala dos Poetas e Escritores

-Efigênia Coutinho-




MEU VÍCIO


“A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício é quando se tem o prazer seguido da dor” Margaret Mead

   Sua origem está na palavra latina vitium que significa falha ou defeito.
            Os vícios, em geral, são ligados aos pecados, às coisas danosas. Por isso é comum ao pensar em vício, as pessoas se reportarem às condutas socialmente reprováveis e hoje até proibidas por lei  em função do local, da atividade, da idade, como o cigarro e o álcool.
          Há quem de imediato possa mencionar a gula, o vício por doces, chocolates.
          Interessante é a colocação da autora supra indicada na epígrafe que relaciona vício, virtude, dor e prazer, mostrando que assim como no amor e no ódio os antagônicos se atraem.
            Isto me deixa mais à vontade para falar de meu vício: ESCREVER
            E é um vício antigo. Começou lá na adolescência com os diários, passou para as cartas, depois pelos textos profissionais que publicava na imprensa, pelas crônicas, contos, poemas. Enfim, um colar de miçangas parafraseando Mia Couto. Se antes escrevia por puro deleite, sem me atrever a mostrar a alguém, depois que comecei a mostrar o que não me revelava interiormente (só o profissional), passei para o inevitável, para aquilo que revelava minha opinião (crônica). Ousadamente passei para os pequenos contos. Tudo até então relacionado ao prazer, não saberia explicar se por virtude ou vício. A última fase deste entremeado de linhas, essa sim é de pura dor. E o escrever, dolorido, sangrado em cada letra é meu processo de catarse na tentativa desesperada de permanecer viva, de não perder a sanidade e elaborar a dor pela perda de meu filho amado. Deduzo, então , baseada na definição acima que meu ato de escrever é de puro vício, embora não danoso, não prejudicial, mas sim como um último e desesperado recurso de sobrevivência, de me manter ligada ao meu amor que se foi , à mim mesma, tentando me reencontrar e me relacionar com as pessoas, fugindo do desespero e da solidão.


METALINGUAGEM



Escrever é exteriorizar  a vida
Que não cabe nos limites da alma.
É virar do avesso
Mostrar as costuras,emendas
Remendos e imperfeições
Que são invisíveis
Devido  aos acessórios externos.


Publicado na Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores
Livro de Visitas
Data:2011.10.20


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