Sempre tive vontade de observar os astros por meio de instrumentos adequados. Vontade de visitar o Planetário, então, nem se fala. Entretanto, inexplicavelmente por lá passei muitas vezes e não entrei.
Ano passado, quando minha neta ia com a turma da escola, convidou-me dizendo que quem desejasse ir teria que combinar a professora. Confesso que fiquei tentada, embora já não tenha mais o famoso “pique” das professoras para ir em um ônibus lotado de crianças que ficam em ebulição a maior parte do tempo.
Como tinha um compromisso na data, este foi o motivo que justifiquei para, mais uma vez, não ir ver os astros.
Ao retornar, pelo que me contou, a visita foi mais rápida do eu imaginava. Viram uma exposição e imagens que davam a idéia dos astros. Acreditava que seria diferente.
Ao aproximar-se o Natal, sugeri que fosse feita uma lista com possíveis presentes. Facilitaria para todos e ela (minha neta) teria a oportunidade de ganhar o que desejava.
Com 10 anos, os gostos já mudaram. Não mais bonecas, mas coisas variadas, como óculos Ray-ban, violão, tênis "maneiro”, roupas e ,lá no meio da lista , estava ele: o telescópio.
Achei que seria algo inviável, muito caro. Fui direto pesquisar na internet. Pois o encontrei de imediato, com preço de oferta, bem acessível, com especificações dizendo que não se tratava de brinquedo, mas objeto capaz de servir profissionalmente.
Não pensei duas vezes. Minha condição, ao dizer-lhe que iria ver se era possível a aquisição era ver as estrelas e os planetas com ela. Negócio fechado.
Já imaginava as observações que faríamos à noite, no Laranjal. Ela desejando observar bem de perto as crateras da lua. Tentamos. Ela com mais paciência que eu.
Bem já se passaram 10 dias. Os mais persistentes até já viram algo parecido com as crateras da lua, que se vê maravilhosa a olho nu, no meu entendimento.
No telescópio, mais parece uma estranha nebulosa como diz a música infantil de outra década.
Eu, apesar da vontade, confesso que não tenho mais paciência para ficar buscando a posição mais adequada para enxergar algo que se pareça com o que eu desejava ver. Posso, isto sim, ficar com problema de coluna mais acentuado.
A decepção só não foi maior, porque sem muito esforço vejo a lua cheia maravilhosa, as três Marias, o Cruzeiro do Sul e sem qualquer esforço, o Arco-Íris, após a chuva, no fim de tarde.
Publicado no site:http://www.dominiocultural.com/
Data:2010.01.07
Publicado no site:http://www.paralerepensar.com.br/
Data:2010.01.07
Publicado no Diário da Manhã-Pelotas -RS
Data:2010.01.10
Publicado no site:http://icsvargas.bloguepessoal.com/
Data:2010.03.17