domingo, maio 26, 2013

Ano IV. Tertúlia Poética nº 2. Edição nº 43 - maio 2013. Tema: Violência

MAIS AMOR, MENOS VIOLÊNCIA.

Isabel C.S.Vargas





Diariamente, as pessoas assistem na televisão notícias de desastres,cataclismos,violência,guerra,corrupção,assaltos,filhos que matam pais e outras atrocidades, desde a hora que acordam até a hora de ir repousar.É uma convivência diária com coisas ruins.Assistem fatos na hora em que eles estão acontecendo, ao vivo,impotentes para agir .

As crianças assistem desenhos, muitos inadequados para a idade, também mostrando comportamentos violentos , agressivos Os adolescentes jogam no videogame ou no computador jogos em que são reproduzidas situações violentas,mortes,guerra e eles sentindo-se , ao jogarem, como participantes de tudo aquilo. 

No que se refere à corrupção,convivemos diariamente com tal tipo de fato,mostrados nos noticiários da televisão,nos jornais.Quem deveria dar o exemplo,passa a idéia de que esta prática não é errada, não punindo culpados e distorcendo fatos, valores,condutas,querendo torná-los aceitáveis.Transformam mensalões em simples caixa 2, como se isso também fosse uma prática correta.

E assim vamos seguindo a vida, assimilando como normais coisas em outras épocas jamais vistas ou noticiadas.A população aceitando , ou convivendo com isso tudo como se fosse normal. Mas onde está a capacidade de indignação de cada ser humano, para não aceitar e mudar o que está acontecendo?O que foi feito com a sua sensibilidade?Coisas que eram chocantes, hoje se tornaram banais.

Lendo um dos livros de A.Cury,entendi que o que está se passando com a humanidade em geral.É o que ele chama de psicoadaptação.E a incapacidade de reagir frente à exposição continuada, repetida de um mesmo estímulo.

Assim passamos a aceitar de uma forma doentia tudo que acontece à nossa volta.Nosadaptamos, nos acomodamos.Nossa emoção não reage. 

A dor do outro torna-se tão comum que acabamos por nos tornar insensível.Assim o jovem assassinado, a criança violentada, a população massacrada, enganada passa a ser só números estatísticos ou fato comum diante da alienação inconsciente das pessoas.

Como mudar isso ,então? O primeiro passo é a conscientização de cada um, pensar se queremos continuar vivendo assim.Temos que dizer um basta, se não quisermos vivenciar mais tal situação.Temos que ser agentes no processo de mudança, acreditar que nossa vontade pode influir muito .Se cada um tiver consciência do peso de sua vontade, de suas ações,através dos mecanismos legais de mudança,deixaremos de ser simples expectadores das mazelas sociais impostas muitas vezes por quem detém o poder,em conseqüência de nossa omissão,ou de escolhas erradas.

Temos que ser criteriosos e firmes em fazer valer nossa vontade e mostrar nosso desejo de que queremos outro tipo de sociedade,de representatividade.É necessário mostrar isso na hora devida,com os instrumentos legais que nos são garantidos.

 Ano IV. Tertúlia Poética nº 1. Edição nº 42 - maio 2013


    Tema: Dia das Mães


Minha Mãe



Isabel C S Vargas


Quando eu era pequena,

Um abraço e um beijo

Ofertava-te, alegremente.

Nos tempos de escola, presentes singelos

Fazíamos com amor.

Quando jovem e com o fruto de meu trabalho

Um presente sempre queria te dar.

Comecei suprindo as necessidades

E, depois incentivando tuas vaidades.

O tempo passou e, para minha dor,

Tu foste para junto do pai.

Então, com muita tristeza todos os anos,

Um ramo de flores vou te ofertar,

Em nome de meu amor,

E de tudo que me deste.

Para ti minha mãe, meu agradecimento,

As flores e minha oração.


INUTILIDADES

INUTILIDADES 


Isabel C S Vargas 


Por muito tempo desejei coisas 


Batalhei por aumentar patrimônio 


O sucesso era minha meta. 


Consegui muitas coisas. 


Sentia-me plena de satisfação. 


Sem perceber a inutilidade de tais bens. 


Eles decoram, adornam, enfeitam 


São transitórios, descartáveis, 


Sem valor essencial. 


O que realmente vale na vida 


Não tem valor comercial, 


Não se adquire, conquista-se. 


São eternos, ainda que 


o tempo inexorável , tirano os tire de nós. 


São os afetos verdadeiros, 


Os amores sinceros 


Que fazem a vida valer a pena.

Publicado no Diário da Manhã-Pelotas-RS
Data:2013.05.24-sexta-página 15

Publicado nos blogs:
Data: 2013.05.25

Data:2013.05.25

Data:2013.05.26

Publicado no Diário da Manhã-Pelotas-RS
Data:2013.09.05-Quinta-feira-página 19

MINHA PARTICIPAÇÃO SIMPLICIDADE

Simplicidade tão difícil de encontrar em muitas pessoas hoje em dia. Talvez porque muitos não queiram se mostrar ,por defesa, quem sabe, e se camuflam externa e internamente, Uma lástima porque se estabelece uma barreira que impede relacionamentos verdadeiros.
Acredito até que muitos acham que ser simples é ser humilde, destituído de poder e isso é muito exigido em uma sociedade que impera a imagem, o poder de compra, de barganha, o status . E, as pessoas que precisam ter acesso aos grupos, quer profissional,social, entram no imperativo tal qual os adolescentes que precisam estar inseridos nos grupos para se fortalecerem.


Todos precisamos do outro porque é neles que nos tornamos humanos, nele que nos reconhecemos ( para gosto ou desgosto) então temos que nos limpar para sermos realmente vistos.
Simplicidade é mostrar a alma lavada, sem maquiagem, sem disfarces, sem retoque pois é ela que realmente importa posto que é imortal. O resto é temporário , finito.

ATUALIZAÇÃO VARAL 24



VARAL Nº 24 - EDIÇÃO 597 - ANO XIII -TEMA: " RASGAR-SE E REMENDAR-SE "







VARAL Nº 24 - EDIÇÃO 597 - ANO XIII 
TEMA: " RASGAR-SE E REMENDAR-SE "






Muitos acontecimentos desnorteiam nossas vidas
Uma traição, a perda de um ente querido,
Não atingir metas a muito delineadas e batalhadas.
Desespero! Um rasgar-se interior, prostração.
Muitos sucumbem. Não apresentam forças mediatas.
Urge que tenhamos fé, esperança para nos remendarmos
E, só assim poderemos reconstruir um novo caminho.
Isabel C S Vargas




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REVISTA VIRTUAL NOVOS TEMPO MAIO 2013






Isabel C S Vargas
Pelotas-RS-Brasil


Mútuo Amor

Viveu sem teto, livremente,
Tal qual andarilho.
Sua índole lhe valeu companhia:
Dois fiéis companheiros.
De infortúnio, diriam alguns,
De viagem, outros mais espiritualizados.
Amigos de todas as horas,
Com quem dividia comida, água,
Local de repouso e guarida.
Inseparáveis, conquistaram amigos humanos
Com coração assim como os seus
Que muitos classificam não humanos.
Que a eles se dedicaram
Com amor imensurável,
Eles, alegres e fielmente retribuíram.
Três amigos inseparáveis.
Até que um deles sucumbiu na estrada,
Atingido pela insensatez humana.
Hoje, choram por ele,
Seus companheiros e, nós,
As famílias que os adotaram
E o acompanharam até seu derradeiro sopro.






GRUPO VARAL DO BRASIL TEXTO COLETIVO


   Simplicidade 










Simplicidade é uma arte para descobrir todos os sabores do mundo e encontrar a harmonia. Tudo que é bom é simples, tudo que é mau é complicado, mas às vezes a simplicidade se disfarça em confusão. Muitos não querem mostrar que são simples, por defesa ou insegurança colocam uma barreira que impede os relacionamentos verdadeiros. Acreditam que ser simples é serem humildes, destituídos de poder. Numa sociedade onde impera a imagem as pessoas entram no imperativo tal qual adolescentes que para se fortalecerem, precisam estar inseridos em grupos. Simplicidade é mostrar a alma lavada, sem maquiagem, sem disfarces, sem retoques, pois é somente ela quem sobrevive. O resto é temporário, finito e mortal. 

Simplicidade é um pingo de chuva que pode trazer vida e semear alegria em todos os corações. Uma gota de orvalho, ou um botão de camisa através dos olhos de uma bordadeira e patchworkeira, que prende na costura a beleza e a simplicidade do viver. Aprende primeiro a dar um nozinho na linha, marca o pano e alinhava, prendendo o botão e arrematando no avesso. Depois a agulha é lançada, não para somente furar, mas para segurar sem incomodar. O ser humano é como um bordado, preso a grilhões, se bem contornado, permanece fiel à sua missão no planeta Terra. E na simplicidade estão os sentimentos elevados. É saber SER antes do que o TER. Despertar com olhos que sabem ver a beleza de cada manhã, da menor gota de orvalho que revigora o amanhecer, ao justo saber que cada coisa recebe o valor que cada um coloca. Onde será que colocamos nossa simplicidade? Vamos à cata! Sábio é o sol que com simplicidade se esconde, e com esplendor se mostra. 

A vida simples traz alegria em qualquer idade. Traz felicidade, cria igualdade, é magia! Com simplicidade o poeta escreve grandezas do coração, sem ter tendência a ser como Narciso, passando a metade da vida com a cabeça curvada e a outra, tentando levantar. O EGO é como a ponta do iceberg, somente podando é que vamos conhecer a profundidade. Tênue é a linha que separa o olhar para si mesmo com amor-próprio e confiança, conservando assim a humildade de saber-se um “eterno aprendiz”, sem cair na armadilha de “só” olhar para si mesmo, ao ponto de deixar de enxergar o outro que tanto pode lhe acrescentar. Os que caem nessa armadilha costumam ser prepotentes e arrogantes, e dificilmente percebem uma realidade que não seja a própria. Necessitamos cautela e sabedoria para lidar bem com o ego (importante e intrínseco a qualquer ser humano), pois colocando inteligência às emoções nos tornamos acessíveis colaboradores, fazendo com que a simplicidade seja valorizada. Lembremos que a vida é um sopro. Isso já reduz bastante a tentação, a fragilidade e o devaneio da mente, o local onde criamos fantasmas que nos afastam do encontro com nós mesmos. Duas verdades se aproximam uma da outra, a que vem de dentro e a que vem de fora, onde elas se cruzam temos a chance de um auto-exame. Na encruzilhada é onde a simplicidade mora. 

O desabrochar de uma flor, o brilho de uma estrela, o canto de um pássaro, são eventos simples com sopro de eternidade. Um dia de sol, um sorriso no olhar, um gesto no falar, roupas no varal, é quase utopia. Mas na pureza de tudo isso, está a simplicidade de um mundo verdadeiro resumido no rosto de uma criança. Numa praia engolimos com os olhos as ondas que vêm, mas se passamos a ouvir a sonoridade rítmica, o mundo se transforma em felicidade. Como flores de laranjeira na grinalda de uma noiva, a simplicidade não ignora o necessário nem impede a busca de tudo que se quer. Ensina a valorizar o essencial, que está ao redor, na justa medida do que cada um precisa para ser feliz! A vida segue seu curso como um rio com seus bancos de areia que o canoeiro navega com sabedoria sem nem mesmo saber explicar. Os gestos de amor de uma mãe para com seus filhos é a simplicidade do sentimento mais profundo. Ser, estar ou apenas aconchegar tranquiliza até a fúria do mar. No SER estão os mecanismos que nos permitem viver mais intensamente o corriqueiro, simplificando a vida já que o dia a dia são repetições de idas e vindas do sol. E sem esquecer a simplicidade das palavras que voam pelos dedos e se aconchegam no papel como se ali tivessem vivido toda a eternidade... amo você. 

Participantes :
:
Ly Sabas - Dulce Rodrigues - Jô Ramos II - Norália Castro - Inês Carmelita Lohn
Dulcio Ulyssea Junior Rita Pea - Dulenary Santana - Juca Cavalcante -Ney de Bohon
- Susana Zilli - Jacqueline Aisenman - Carmen Di Moraes -Flavia Assaife Silvana Sil - Jô Ramos II- Cida Gaiofatto - Caroline Baptista Axelsson - Rita Pea- Isabel Vargas

Organizadora do texto: - Caroline Baptista Axelsson
Coparticipante da organização: Norália de Mello Castro