EDHUCA
ESCOLA DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
Ao concluirmos a primeira etapa da Edhuca, desejo discorrer sobre a importância da mesma no contexto atual.
A Edhuca, inicialmente, foi um projeto de extensão da Faculdade de Direito/UFPEL, com apoio da Unesco e Ministério da Justiça, dentro do projeto maior denominado TRIBUNOS da CIDADANIA. Ocorreu em duas edições.Esta terceira edição ocorre dissociada do projeto Tribunos,pois é um projeto do MEC através da Secretaria Especial de Cidadania,Alfabetização e Diversidade,UFPEL,Faculdade de Direito,Faculdade de Educação,contando também com apoio da UNESCO.Através de edital o MEC abriu a possibilidade para as Universidades criarem Escolas para capacitação em Direitos Humanos.Por já ter realizado duas edições e por ser referência na área o Projeto EDHUCA de Pelotas foi selecionado como um dos projetos-piloto a serem financiados pelo referido ministério.
Visa capacitar profissionais educadores e gestores da educação básica em Educação em Direitos Humanos; estruturar, capacitar, fortalecer institucionalmente o Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos; criar o Comitê Municipal de Educação em Direitos Humanos; realizar o Fórum Municipal de Educação em Direitos Humanos; promover, defender e lutar pela efetividade dos Direitos Humanos considerados na sua universalidade, indivisibilidade e interdependência, entre outros.
Conforme documento da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos, o objetivo da capacitação é contribuir para a formação de educadores comprometidos com os direitos humanos, a democracia e a cidadania, visando sua atuação como multiplicadores, na constituição de uma cultura de promoção e defesa desses direitos; estímulo ao estudo e pesquisa no campo de direitos humanos e da cidadania; aprofundamento constante da avaliação de suas próprias práticas como educador e cidadão; fornecer subsídios para a formulação de ações de capacitação nesta temática para serem desenvolvidas por entidades governamentais e não governamentais.
Segundo Vera Candau, a educação em Direitos Humanos deve levar em conta a vida cotidiana como referência da ação educativa, a formação de sujeitos ativos capazes de viver uma cidadania consciente, a superação da cultura autoritária, através da prática educativa dialógica, compromisso com a afirmação da dignidade de toda pessoa humana.
A Educação em Direitos Humanos não pode ser dissociada da dimensão intelectual e da informação, da dimensão ética e política, procurando desenvolver o respeito às leis, ao bem público e a responsabilidade no exercício do poder.
O trabalho tem de ser desenvolvido de forma sistemática, contínua e permanente e embora não se obtenha retorno imediato, a perspectiva é a mudança de mentalidade o que produzirá significativos resultados. É um processo de aprendizado e troca constante entre os envolvidos, sendo o educador, ao mesmo tempo aprendiz, considerando-se que o educador deve ser encarado não como obra concluída,mas como em permanente construção e evolução, sendo a sala de aula, uma” comunidade de aprendizes”. Dentro dessa ótica é construído um novo saber, uma nova sociedade, com novos paradigmas e novo tipo de cidadão, mais autêntico, mais solidário e tolerante, capaz de conviver com as múltiplas realidades, aceitando a igualdade nas diferenças.
Em resumo, educar em Direitos Humanos é educar para a paz, pois segundo Piaget “a educação é um todo: não poderia haver uma divisória para a inteligência, uma para a moral e para a cooperação entre os povos”.
*participante da EDHUCA pela ABMCJ
Oradora da Turma
Publicado no Diário da Manhã-Pelotas-RS
Data:2006.12.15
Publicado no site: http://icsvargas.blog.terra.com.br/
Data:2007.07.10