quarta-feira, julho 19, 2006

COMENTANDO LYA LUFT


Desde que li, em 2005, Perdas e Ganhos e, posteriormente, Pensar é Transgredir de Lya Luft que minha admiração por ela cresceu vertiginosamente. Por isso, só um motivo muito sério me faria perder a 4ª Jornada Cultural promovida pela 5ª CRE, que contou com a presença desta escritora.
Não bastasse a alegria de com ela trocar umas palavras, obter sua dedicatória no livro e tirar foto com ela, ainda tive o prazer de assistir a palestra por ela realizada, quando reafirmou suas opiniões, conceitos e sugestões. Foi um momento gratificante, creio que para todos os presentes, não só para mim.
Segundo a autora, a leitura, não necessariamente a literatura é um direito do ser humano pensante, visto que aquele que não lê não se humaniza e ainda se presta à massa de manobra. Enfatizou que se educa pelo exemplo. Ensina-se sendo um bom pai, bom professor, bom cidadão. Não basta ensinar ética. É necessário ser ético, decente.
A época atual caracteriza-se pela falta de autoridade, falta de limites, impunidade, começando em casa e terminando na sociedade como um todo.
A mudança deve começar com o próprio indivíduo, através da reflexão, do que quer para sua vida, para sua família, para a sociedade em que vive, para o país.
Uma questão fundamental é o estímulo ao pensamento. Cada ser humano deve ser estimulado a pensar, a desenvolver-se, a fazer as mudanças que julgar necessárias para melhorar sua vida. Para isso é importante que tenha consciência do seu valor e de acordo com isso fazer suas escolhas.Quem não se valoriza,não faz boas escolhas e em virtude disso muitas vezes se sujeita à situações desagradáveis,humilhantes.Das escolhas feitas,vai depender sua vida.
A pessoa que se ama vai agir como sujeito pensante, consciente de seu papel na família, na sociedade, e com isso vai ser menos queixoso, pois se sabe agente de mudanças, sabedor do peso de suas decisões e de suas escolhas.
O caminho não é só queixar-se das autoridades, mas saber escolhê-las.
Vale destacar a importância da família, de suas atitudes auxiliando os jovens a encontrarem seu caminho, apoiando-os nas suas escolhas, para que se tornem pessoas alegres,felizes,e que saibam enfrentar a vida com bom humor.
A escola deve levar cada um ao discernimento, através da leitura e das práticas educativas. Só assim saberão ser melhor e fazer melhor.
Certos padrões se desestruturaram na sociedade atual e não se reestruturaram. Com isso o preço pago foi a insegurança, a violência que bons governos deveriam solucionar.
Com a mudança dos costumes, gerou-se uma sociedade confusa. Para mudar isso é necessário bom senso, humanidade, respeito, abrir o coração e a cabeça para o que acontece no mundo, aproveitar-se dos avanços, da tecnologia para agregar,para melhorar a sociedade,pois os avanços não são bons ou ruins em si,mas o uso que se faz deles é que é importante.
Finalmente enfatizou a importância do bom humor, da visão positiva que se deve ter para empreender mudanças. Que devemos ser otimistas não bobos, ser responsáveis, viver de uma forma mais leve, abandonando certos mitos que a própria sociedade criou.
O mais importante é desfrutar do carinho, do afeto, saber escutar mais, ter mais tempo para os filhos, discernimento para fazer as mudanças necessárias e bom humor para aceitar o inevitável.
Para quem é leitor de seus livros, ou da coluna na revista,as colocações não se constituíram novidades,e a maneira como foram feitas, de forma clara, simples, direta,humana,sensível só serviram para aumentar a admiração de seus leitores.
Publicado no Diário da Manhã- Pelotas-Rs
Data: 2006.07.19
Publicado no site: http://recantodasletras.uol.com.br
Data:2007.08.07
Publicado no site:http://www.usinadaspalavras.com
Data:2007.09.15