Isabel Cristina Silva Vargas
Pensamentos Dispersos
Pensamentos Dispersos
Este blog foi produzido com a finalidade de colocar os artigos por mim publicados na imprensa, bem como em outros sites, funcionando, atualmente, como um arquivo o qual me permite manter o controle das publicações realizadas, inclusive daquelas selecionadas e publicadas em edição impressa(Coletâneas, Antologias,etc...) Após o falecimento de meu filho amado ROBERTO passei a publicar outros textos , não apenas os meus ou dados relativos às minhas publicações.
sábado, fevereiro 25, 2012
O IDOSO E O TRABALHO VOLUNTÁRIO
São
várias as fases que o ser humano passa no decorrer da vida. Dividindo estas
fases, podemos dizer que a primeira é a de formação, que compreende o
crescimento e a educação. A segunda fase é aquela em que há oportunidade de pôr
em prática o aprendizado adquirido. É a fase laboral, produtiva. A terceira
fase, ou seja, a da terceira idade, anteriormente não era considerada produtiva
nem promissora. Era o encerramento de um ciclo, ante-sala da morte.
Considere-se ainda que as pessoas duravam menos. Aos 50 anos eram velhos, de
aparência e de espírito, por assim dizer, porque não tinham perspectivas de
vida, não alimentavam sonhos de realização de novas possibilidades, não viam
diante de si portas se abrirem para um recomeço menos comprometido com horários
e obrigações, mas, associado ao prazer, ao lúdico, ao servir.
A
aposentadoria, o término do período de trabalho associava-se à falta de
perspectiva. A perda do status profissional gerava um sentimento que induzia à
improdutividade, como se não fosse capaz de enfrentar novos desafios.
Com
a perspectiva de viver mais, as pessoas que estão na terceira idade perceberam
a importância de mudar tais paradigmas, pois queriam além de viver mais, viver
melhor, com mais qualidade de vida e, sobretudo , mais feliz. Aqueles que
tiveram tal percepção e se prepararam de forma consciente e planejada para o
encerramento do ciclo de trabalho produtivo, abriram-se para outros caminhos a
serem percorridos, sem passarem por
decepção e/ou depressão após a fase inicial de aposentadoria que se caracteriza
por um certo deslumbramento.
Através de
outras atividades é possível para o novo idoso perceber que ainda pode ser
útil,repassar experiências, fazer novas aprendizagens, servir ao semelhante,
pois não existe nada que impeça qualquer ser humano vivo, em pleno uso das
habilidades cognitivas e motoras de viver com intensidade e prazer todo este
tempo que se descortina à sua frente.
Entre as
inúmeras possibilidades para esta faixa etária , surge como fator importante de
engajamento na comunidade, o trabalho voluntário, que além de gerar satisfação
pessoal, revela generosidade, desprendimento e compromisso social com a
promoção do ser humano. Em decorrência o indivíduo desenvolve-se
espiritualmente ao praticar ações que lhe gratifiquem.
Lamentavelmente
ainda existem pessoas que acreditam que só tem valor o trabalho que é
remunerado, aquele que é desenvolvido na idade adulta, visando o próprio
sustento e da família e no qual recebem a contra prestação financeira.
Consideram este trabalho desenvolvido após a aposentadoria como passa-tempo,
coisa só para manter o idoso ocupado, e conseqüentemente causar menos estorvo.
É um engano
brutal, pois o idoso tem condições de auxiliar no desenvolvimento de aptidão em
outras pessoas, assim como ele próprio se aprimora e se aperfeiçoa.
Estabelece-se
através desta troca uma convivência fraterna, saudável e produtiva.
É uma nova
maneira de envelhecer que vem ganhando espaço e força. É uma questão de
escolha, livre, pessoal e intransferível, que denota a superação de regras
anteriormente estabelecidas e que deixavam os idosos engessados, muitas vezes
por puro preconceito.
Antes o idoso
esperava a morte, hoje eles encaram a vida com alegria e sabedoria.
Data:2012.02.25
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