OS IDOSOS NO CONTEXTO
Em décadas passadas, as famílias eram numerosas e viviam em casas bem amplas.
As mulheres raramente trabalhavam fora e tinham tempo para se dedicarem à família e a casa.
As jovens não eram educadas para fazerem carreira profissional e trabalharem fora de casa e sim para casarem e serem boas donas de casa. Se não casassem permaneciam junto à família. Morar sozinha não fazia parte do costume da época.
Dentro deste contexto os idosos permaneciam junto dos seus familiares, pois o normal eram as grandes famílias. Havia quem cuidasse dos idosos em tempo integral, quando necessitassem de acompanhamento maior em virtude de enfermidades.
Com as mudanças culturais, econômicas e sociais a situação foi se modificando. As famílias foram se tornando menores em função das mulheres passarem a ter uma perspectiva de ascensão profissional, pois passaram a enfrentar o mercado de trabalho com reconhecida competência. Em função das transformações no ramo imobiliário e arquitetônico, por questões de readequação de espaços e de segurança, o número de pessoas que começou a residir em apartamentos com menores espaços aumentou bastante. O número de filhos nas famílias passou a ser planejado, não se encontrando mais as grandes proles.
As famílias tornaram-se famílias nucleares, só com pais e filhos sob o mesmo teto. Soma-se a isto a adolescência prolongada dos dias de hoje, com os jovens permanecendo nos lares até mais idade, por vários fatores simultâneos.
A camada populacional idosa aumentou consideravelmente. A longevidade aumentou em cerca de 20 anos considerando a média de vida de décadas atrás.
Dentro desta perspectiva as famílias passaram a não ter quem fizesse companhia aos idosos ou os cuidassem nas enfermidades ou por se encontrarem sozinhos após o crescimento dos filhos e a formação de novos lares.
Como resultado de todos estes fatores citados encontramos hoje um grande número –que tenderá a aumentar- de pessoas em instituições.
Constata-se que de um modo geral as pessoas não estão preparadas para lidar com idosos doentes ou dependentes. Nem o próprio idoso aceita, muitas vezes, a sua perda de autonomia ou limitação.
Não houve uma preparação prévia da sociedade para lidar com a superpopulação idosa mundial. Em virtude do crescimento vertiginoso de idosos e da longevidade verificou-se a necessidade de proporcionar melhor qualidade de vida em todo o decorrer da existência para mantê-los ativos e integrados no ambiente familiar e social.
Novas possibilidades de uma velhice ativa e saudável estão surgindo e sendo incentivadas. Novos campos de trabalho estão surgindo para estudar e proporcionar melhorias para este segmento populacional.
A qualidade de vida está associada à sua adaptação e inserção no ambiente familiar no qual ele se identifica desde que haja possibilidade de realmente interagir com os demais membros da família, participe e seja oportunizado um convívio social que permita o movimento físico e mental que ajudam a prevenir doenças e promovem a saúde física e mental, pois o isolamento é prejudicial e improdutivo em qualquer ambiente quer no familiar ou institucional.
Embora saibamos de instituições diferenciadas que promovem interação, atendimento, acompanhamento médico, nutricional, psicológico e até proporcione atividades físicas aos idosos, a realidade na maioria delas é diferente. O custo de tais instituições também é alto e inacessível para grande parte da população.
Em qualquer fase da vida, carinho, atenção, respeito e amor são indispensáveis.
A convivência, o acompanhamento, a atenção proporcionam segurança e bem-estar ao idoso que se sente valorizado e amado e influem consideravelmente para que junto dos fatores objetivos, concretos lhes seja proporcionada uma melhor qualidade de vida, o que os tornará, sem dúvida, mais felizes.
Publicado no Diário da Manhã- Pelotas-RS
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