quarta-feira, novembro 03, 2010

Sonhos






Desde que o filho partiu foram raras as vezes que ela sonhou com ele.


Talvez pela medicação que lhe foi receitada para dormir desde o funeral.


Viver o pesadelo era pior do que não sonhar.


Se sonhasse, talvez recebesse alguma mensagem.


Afinal, tantas pessoas sonham...


Recebem sinais consoladores.


Ela também queria sonhar.


Até que se encorajou, passados alguns meses e parou de tomar a medicação.


Antes de dormir, muita oração.


A oração é a porção diária que não pode faltar.


É o alento para o espírito.


Para o de quem foi e para quem ficou.


Assim é a comunicação.


O fio que une quem ora e quem recebe é a esperança. A esperança do reencontro.


Só assim é possível viver.


Sem isso não faz sentido.


Até que um dia ela sonhou.


Abriu a porta do quarto e ali estava ele sentado!!!


Um susto?!


Uma alegria!?


Olhou para o rosto amado e as suas lágrimas caiam.


Pediu um abraço.


Sentia tanta falta...


Ficaram ali sentados....


Abraçados...


Chorando...


Acordou?


Adormeceu?


http://www.camarabrasileira.com/sf13-017.htm