Pois estas palavras saem de um misto de sentimentos, entre eles, a perplexidade.
Estranhamente, isto faz com que sejamos repetitivos. Já perdi a conta das vezes que falei da necessidade das pessoas terem um salário digno, justo. Do quanto acredito que o estudo seja o meio mais legítimo de ascensão social, devendo ser exigência para todos os cargos do executivo e do legislativo, de que o estudo assim como outros direitos básicos são garantidos pela constituição.
Mas, não podemos ignorar, o número de desempregados aumentou;
Os salários são defasados;
O número de vagas nas escolas públicas é insuficiente;
Muitas pessoas fazem um sacrifício imenso para colocar os filhos nas escolas particulares;
Os vilões nas escolas não são os professores, mas um sistema que ao longo dos anos diminuiu os salários numa ação cruel que além de restringir o poder aquisitivo, tentou confiscar a dignidade de uma classe, (na qual me incluo, pelos 06 anos em que exerci o magistério);
A crise econômica atingiu setores como o da extração mineral; indústria metalúrgica; mecânica; material elétrico e comunicação; transporte; madeira e mobiliário; de papel, papelão e editoração; borracha, fumo e couros; química e farmacêutica; têxtil e de vestuário; calçados; produtos alimentícios e bebidas; de utilidade pública; construção civil; comércio varejista e atacadista; o das instituições financeiras; ensino; agricultura; e o de alguns setores de serviços; (Pergunto: quem não foi atingido, então, no setor privado?).
Pois bem, com tudo isso, baseado no que constatei ontem, pergunto como um pai ou uma mãe (muitos, inclusive com curso superior e atividade autônoma) vai manter um filho em uma escola particular com o custo do material escolar?
Tenho uma neta que vai cursar a quinta série de uma escola particular. O nome da escola não é o que interessa, pois elas (as escolas) em geral adotam livros e materiais semelhantes, mas o valor de tal material é que me parece exorbitante. Sei que a escolha dos livros é feita pelos professores que os avaliam, mas será que não há como escolher outros e com isto forçar a diminuição dos valores e desonerar os bolsos dos pais sacrificados?
O total de material de minha neta importa em R$428, 00, os livros e R$ 199,00 o restante (folhas, caneta, cadernos, lápis, dicionário inglês, dicionário de espanhol, pasta para folhas, corretivo, etc.).
Parece-me absurdo que uma família tenha que despender este valor, RS 627,00 para uma criança estudar na quinta série. E os que têm mais de um filho? Há que se levar em conta o restante de material solicitado ao longo do ano, o uniforme, os passeios.
Tento incentivar, nem sempre com sucesso, o reaproveitamento do material disponível, mas o apelo ou estratégia das indústrias de material escolar é muito grande, pois os mesmos são variados, chamativos, coloridos bem ao gosto da clientela que vai utilizar, não da que vai pagar.
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