REALIDADE SEM MÁSCARA
Apesar do Brasil ter sido incluído no que se pode chamar de elite em
termos de qualidade de vida, não podemos nos iludir, pois o que ainda há que ser feito parece suplantar em muito o que foi obtido.
Não ignoremos que é o último colocado entre os 70 mais bem colocados com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) superior a 0,800 em uma escala de 0 a 1. Isto se deve ao aumento da expectativa de vida e ao decréscimo da pobreza extrema e que isto aconteceu pela revisão das estatísticas relacionadas à expectativa de vida.
Ainda permanece a defasagem no que se refere ao alto desenvolvimento, saneamento básico, pobreza, mortalidade infantil, mortalidade materna e desigualdade. Somente em 2122 toda a população terá rede de coleta de esgoto.
Ora baseado no que foi noticiado dá para perceber que tudo não passa de uma simples questão de estatística que passará a ser objeto de manipulação para embasar futuras propagandas eleitoreiras.
Claro que o aumento da expectativa de vida mudou, mas isto não é resultado das políticas protecionistas atuais. É resultado de uma série de elementos, como os avanços da medicina, incluindo aqueles de ordem subjetiva ,que se referem à maior conscientização do indivíduo com relação às medidas preventivas de preservação da saúde e aumento da qualidade de vida. E isto muito se deve aos meios de comunicação que democratizaram este tipo de informação. Não dá para ignorar que a extrema pobreza persiste em muitas regiões, assim como a falta de emprego, as baixas remunerações, a violência, o alto consumo de drogas e comercialização ilícita das mesmas, a precariedade do ensino, das relações de trabalho, o trabalho escravo e infantil, os altos impostos, a corrupção desenfreada, a farra dos bancos com relação aos juros cobrados, a tentativa constante de manipulação de informações para manter o eleitor de classe social mais baixa atrelada aos "grandes benfeitores", identidade atual dos grandes coronéis tão bem descritos em obras literárias, o que não significa que só tenham existido na ficção, mas sim descritos com maestria.
Não é possível esquecer, o alto índice de acidentes de trabalho, a defasagem salarial dos funcionários públicos, a precariedade do Sistema Único de Saúde, a baixa remuneração dos profissionais desta área no âmbito público, os altos valores dos planos de saúde, a desvalorização sofrida por muitas categorias profissionais, a falta de incentivo no setor primário, a série concorrência com produtos importados , muitas vezes de péssima qualidade, prejudicando a indústria e o comércio, o número altíssimo de brasileiros que passaram a sobreviver na informalidade e que são caçados como se fossem o responsável principal pelos problemas nacionais, enquanto os grandes sonegadores ou políticos corruptos permanecem impunes.
Não dá para esquecer a importância de inúmeras organizações da sociedade civil que trabalham para suprir necessidades não satisfeitas pelo poder público e que amenizam muito os problemas sociais.
Em resumo, dá para dizer que o povo brasileiro tem isto sim, um alto índice de resistência, para tudo suportar.
É claro que há muito para crescer, mudar, mas que seja de forma legal, democrática, não violenta, para que não seja pago um preço mais caro do que aquele que tem sido pago até agora pela população.
Publicado no site:http://www.jornaldedebates.ig.com.br/
Data:2007.11.30
Publicado no Diário da Manhã-Pelotas-RS
Data:2007.12.09
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