CONTO PROGRAMADO
O rapaz caído estendia a mão e apanhava a arma embaixo do balcão.
Havia um gato magro que miava sem parar.
O assaltante ignorando a existência da arma, ainda contava o dinheiro. Não imaginava que podia haver reação daquele homem franzino caído no chão.
Ouviu-se um estampido.
Os seus olhos arregalaram-se. Não acreditava no que estava acontecendo. Passou a mão no peito.
Ouviu-se um segundo estampido. O terno já não era mais cinza. O gato parou de miar.
A casa estava cheia de amigos, vizinhos e parentes.
Ninguém entendia como um homem correto, bom chefe de família tinha cometido aquela loucura. Todos estavam perplexos. Nada justificava aquele ato.
Começou uma chuva miúda, mas logo vieram as trovoadas, o vento, os relâmpagos.
Era uma moldura adequada para o quadro de desolação geral.
Publicado no site:
http://www.recantodasletras.com.br/contosdesuspense/3560722
Data:2012.03.18
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